Em Junho, de acordo com um comunicado do Ministério da Geologia e Minas, Angola produziu em oito das 12 minas de diamantes em actividade, um total de 753.151 quilates, representando 75.358. 883 dólares, ao preço médio de 100 dólares por quilate.
Amina de Catoca contribuiu com 620.514 quilates, Camutue com 41.269, Cuango com 39.771 quilates, Chitotolo com 20.064, Calonda com 12.889, Somiluana 9.053, Luo 8.779 e Lulo 808 quilates.
Comparativamente ao mês de Maio de 2016 cuja produção foi de 736.695 quilates, no valor de 74.978.984 dólares, ao preço médio de 101 dólar por quilate, registou-se um aumento no volume e no valor de 2,23% e 0,51%, respectivamente.
Esse aumento deveu-se à mina de Camutue que produziu mais 252,75%, comparativamente ao mês anterior. Em relação ao valor das vendas, registou-se um ligeiro aumento devido à qualidade das pedras provenientes dos diferentes projectos, como os de Somiluana, Camutue , Luo e Lulo.
Relativamente ao período homólogo de 2015, em que a produção foi de 701.034 quilates, no valor de 79.528.937, ao preço médio de 113 dólares por quilate, registou-se um aumento no volume de 7,53% e uma diminuição de 5,24% em valor. Este resultado deveu-se ao facto de a produção de Catoca ter registado um ligeiro crescimento de 0,82%, comparativamente ao referido período que foi de 615.478 quilates.
Manter os preços estáveis
Recorde-se que o Presidente José Eduardo dos Santos considera “aceitável” a actual cotação dos diamantes no mercado internacional, mas defende medidas para assegurar a estabilidade e evitar quebras bruscas nos preços, como aconteceu com o barril de crude.
A posição de sua majestade o rei de Angola está expressa numa nota enviada ao Folha 8 pela Casa Civil do Presidente da República, referindo-se à reunião de 23 de Junho (aqui divulgada no dia seguinte)em Luanda, com Ahmed Bin Sulayen, actual presidente do Processo Kimberley e presidente executivo da Dubai Multi Commodities Center (DMCC), a maior zona franca dos Emirados Árabes Unidos, que congrega cerca de 12.000 empresas.
Segundo a mesma informação, o chefe de Estado e também Titular do Poder Executivo salientou que os diamantes “estão com uma cotação aceitável no mercado internacional”, tendo solicitado ao dirigente daquela entidade internacional que tenta travar o negócio dos ‘diamantes de sangue’ para “ajudar a assegurar a estabilidade do seu preço”.
“Evitando-se que ocorra sobre o preço dos diamantes o contágio do preço do petróleo, nomeadamente a sua drástica redução e alta volatilidade”, lê-se na nota.
Angola vive desde o final de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra para metade nas receitas fiscais com a venda de petróleo face à forte descida da cotação internacional do barril de crude, que tem um peso de 98% nas exportações do país.
O presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), Carlos Sumbula, disse em Janeiro que os países produtores diamantíferos estão a reduzir a quantidade de pedras preciosas no mercado para travar a quebra nos preços.
“Em cooperação com todos os países produtores do mundo, estamos a reduzir a quantidade de diamantes no mercado para fazer com que a procura aumente e isso também aumentará o preço”, apontou o administrador da estatal angolana, concessionária do sector.
Angola atingiu em 2015 um novo recorde de produção de diamantes, com 8,837 milhões de quilates, o que rendeu ao país 1,1 mil milhões de dólares, mas reflectindo uma quebra de receitas devido à quebra na cotação.
“Apesar de estamos em crise na comercialização, podemos dizer que temos estado a gerir esta crise com bastante mestria, em colaboração com todos os outros países. Pensamos que no decorrer deste ano podemos inverter a situação [quebra nos preços]“, disse na altura o presidente do Conselho de Administração da Endiama, apontando a falta de publicidade dos diamantes a nível mundial como justificação para a “crise” actual.
Folha 8 com Angop